quarta-feira, 19 de abril de 2017

Primeira Revolução Industrial

Antes do século XV

Durante o século XV
Segunda metade do século XVIII
Produção artesanal

Produção manufatureira

Produção maquinofatureira
A mesma pessoa executava todas as etapas do trabalho
Divisão do trabalho: cada pessoa executa somente uma tarefa
Trabalhador opera a máquina e ela produz a mercadoria
Trabalhador começava como aprendiz e evoluía para mestre
Produção mais acelerada

Aumento de produção e redução de custos geram maior lucro

O que foi a Revolução Industrial?
O homem troca o dia de sol e as estações do ano, pelo relógio da fabrica.
Um processo de transformações econômicas e sociais caracterizadas pela aceleração e desenvolvimento do processo produtivo e pela consolidação do modo de produção capitalista. Foi o período do crescimento das cidades e da população urbana.
As características do novo sistema de produção eram:
- a separação entre capital e trabalho, pois o dono dos meios de produção era o capitalista, e não o trabalhador;
- o trabalhador vendia sua força de trabalho em troca de um salário;
- a produção passou a ocorrer em grandes fábricas, e a produção familiar decaiu;
- o aumento da produção em larga escala barateou os custos, e assim um número maior de pessoas tinha acesso aos bens de consumo;
- a produção industrial era concentrada em centros urbanos;
- aumentou a demanda de novos mercados e matérias-primas.

O pioneirismo inglês
A Inglaterra era uma potência econômica e militar, pois controlava colônias na África, Ásia e América, que forneciam matéria-prima barata e consumiam produtos ingleses, também tinha poderosa frota naval e era rica em jazidas de ferro e carvão.
Outro fator que contribuiu para o progresso industrial foi a implementação, desde a Revolução Gloriosa, de um regime político voltado aos interesses burgueses.

A Divisão do trabalho foi importante para o desenvolvimento industrial.

'Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetestambém constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas [...]. Por conseguinte, essas 10 pessoas conseguiram produzir entre elas mais de 48 mil alfinetes por dia [...]. Porém,se tivessem trabalhado independentemente um do outro, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia. " Adam Smith. A riqueza das nações.

O mundo do trabalho

Na década de 1830, a cada quatro trabalhadores nas fábricas, havia: 1 homem adulto, 1 mulher e 2 crianças ou adolescentes. Todos trabalhavam em ambientes insalubres.
Homens e mulheres, sempre ameaçados do risco de desemprego, aceitavam aumento de jornada, pagamentos injustos e até diminuição de salário.
As crianças, trabalhavam a partir dos 7 anos. Eram castigadas se cometessem erros. Tinham jornada de 6 dias por semana e de 12 a 15 horas por dia. recebiam salário de aprendiz, o menor de todos.
As fabricas geralmente estavam sujas, havia pouco espaço para circulação de ar e pessoas. ocorriam acidentes e mortes nas máquinas.
Só era permitido parar de trabalhar no jantar (fora isso, comia-se enquanto se trabalhava). As pessoas adoeciam de cansaço e má alimentação.

Entrevista realizada com o pai de duas meninas menores de idade à época:
“1. Pergunta: A que horas vão as menores à fábrica?
Resposta: Durante seis semanas foram às três horas da manhã e voltaram às dez horas da noite.
2. Pergunta: Quais os intervalos concedidos durante as dezenove horas, para descansar ou comer?
Resposta: Quinze minutos para o desjejum, meia hora para o almoço e quinze minutos para beber.
3. Pergunta: Tinha muita dificuldade para despertar suas filhas?
Resposta: Sim. A princípio, tínhamos que sacudi-las para despertá-las e se levantarem, bem como vestirem-se antes ir ao trabalho.
4. Pergunta: Quanto tempo dormiam?
Resposta: Nunca se deitavam antes das onze horas, depois de lhes dar algo que comer, e então, minha mulher passava toda a noite em vigília ante o temor de não despertá-las na hora certa.
5. Pergunta: A que horas eram despertadas?
Resposta: Geralmente, minha mulher e eu nos levantávamos às duas horas da manhã para vesti-las.
6. Pergunta: Então, somente tinham quatro horas de repouso?
Resposta: Escassamente quatro.
7. Pergunta: Quanto tempo durou essa situação?
Resposta: Umas seis semanas.
8. Pergunta: Trabalhavam desde as seis horas da manhã até às oito e meia da noite?
Resposta: Sim, é isso.
9. Pergunta: As menores estavam cansadas com esse regime?
Reposta: Sim, muito. Mais de uma vez ficaram adormecidas com a boca aberta. Era preciso sacudi-las para que comessem.
10. Pergunta: Suas filhas sofreram acidentes?
Resposta: Sim, a maior, a primeira vez que foi trabalhar, prendeu o dedo em uma engrenagem e esteve cinco semanas no hospital de Leeds.
11. Pergunta: Recebeu o salário durante esse tempo?
Resposta: Não, desde o momento do acidente, cessou o salário.
12. Pergunta: Suas filhas foram remuneradas?
Resposta: Sim, ambas.
13. Pergunta: Qual era o salário em semana normal?
Resposta: Três shillings por semana, cada uma.
14. Pergunta: E quando faziam horas suplementares?
Resposta: Três shillings e sete pences e meio.”.
(NASCIMENTO, Amauri Mascaro, “A indignação do trabalho subordinado”, IN: Curso de Direito do Trabalho, Saraiva, São Paulo,1992, pág. 11-12.)

A Revolução Industrial representou uma ruptura das relações tradicionais com o mundo, a produção e o tempo. Essas transformações podem ser compreendidas a partir do texto:
É possível que os primeiros tecelões que trocaram suas oficinas pelo trabalho fabril não tenham compreendido o processo de transformações radicais do qual faziam parte. Não se tratava simplesmente de modificar uma técnica produtiva ou uma forma de trabalho, era uma ruptura com suas relações tradicionais com o mundo, com a produção e com o tempo.
[...] Transformado em operário fabril, o antigo artesão ou agricultor não dispunha mais dos meios de produção – ferramentas ou terra. Despossuído, ele tem que vender sua força de trabalho ao industrial, que a compra por um salário que é seu sustento e o de sua família. A partir de então a relação com seu ofício não é mais material e concreta, mas abstrata, intermediada pela máquina e pelo dinheiro. O operário não trabalha para produzir um bem que lhe pertença, e por meio de cuja venda sobreviva, mas para receber o salário – calculado sobre uma quantidade determinada de tempo de trabalho. Nessa nova relação produtiva configura-se a jornada de trabalho. [...]
Assim, passam a existir uma nova dimensão e um novo sentido do tempo na produção capitalista industrial – ele passa a ter um valor comercial mensurável em dinheiro – representando salário para uns e produtividade para outros. A relação do trabalho com a jornada se torna tão íntima que os operários passam a ser distinguidos como de tempo integral ou de meio período. Não é mais o ofício que o distingue, mas o tempo que dedica a ele. Maria Cristina Castilho Costa. A milésima segunda noite. São Paulo: Annablume, 2000. p. 80-81.

As reações dos trabalhadores (Ludismo, Cartismo e Sindicalismo)

Reivindicações
Burgueses  (burgo)
Proletários (proler)
leis para punir o abandono de emprego
melhores condições de trabalho
punição da mendicância
fim da exploração
trabalho forçado nas workhouses
fim da invenção de novas máquinas

Ludismo
Início com Ned Ludd em 1811, trabalhadores invadem fábricas e destroem os equipamentos, inicia-se na Inglaterra e espalha-se pela Europa.
Conforme o texto mostrou-se um movimento mais disciplinado:
O ludismo subsiste na mentalidade popular como um caso estranho e espontâneo de trabalhadores manuais e analfabetos, resistindo cegamente às máquinas [...].
Os principais distúrbios começaram em Nottingham, em março de 1811. Uma grande manifestação de malharistas, ‘gritando por trabalho e um preço mais liberal’, foi dissolvida pelo Exército. Naquela noite, sessenta armações de malha foram destruídas na grande vila de Arnold por amotinados que não tomaram nenhuma precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão. Por várias semanas, os distúrbios continuaram, principalmente à noite, por todas as vilas de malharias do noroeste de Nottinghamshire. Embora polícias especiais e tropas patrulhassem as vilas, não se conseguiu fazer nenhuma prisão [...].
Mas no início de novembro de 1811, o ludismo mostrou-se sob uma forma mais disciplinada [...], continuou ininterruptamente até fevereiro de 1812 [...]. No final de dezembro [...] cada ataque reservava planejamento e método: só quebravam armações dos que tinham reduzido o valor dos salários dos empregados; os que não tinham baixado o valor ficaram com as armações intactas [...]. E. P. Thompson. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. v. 3. p. 124-126.

Cartismo
Em 1830, William Lovett fundou a Associação dos Trabalhadores com o objetivo de organizar a classe operária, procurando melhores condições de vida. Publicou uma carta reivindicando: direito de voto e secreto, com eleições todos os anos e limitando a quantidade de mandatos políticos, igualdade dos distritos eleitorais e diminuição da jornada de trabalho.
O Parlamento britânico negou-se a aprovar as reivindicações dos trabalhadores. Diversas prisões foram efetuadas e manifestações, reprimidas violentamente. Cartismo foi o percussor dos sindicatos
Os sindicatos e as organizações de trabalhadores para auxílio mútuo unificavam as formas de luta e a reivindicação de direitos e proteções legais. Usam as greves, como principal forma de reivindicação, pois se os operários não trabalham, não há produção, sem produção, não há lucro, sem lucro, os burgueses atendem aos pedidos dos operários. 




Videos sobre a Revolução Industrial

Inicio da Revolução Industrial, explica as mudanças no modo de produção.



Desenho ilustra todo o processo da Primeira Revolução Industrial



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