quarta-feira, 19 de abril de 2017

Primeira Revolução Industrial

Antes do século XV

Durante o século XV
Segunda metade do século XVIII
Produção artesanal

Produção manufatureira

Produção maquinofatureira
A mesma pessoa executava todas as etapas do trabalho
Divisão do trabalho: cada pessoa executa somente uma tarefa
Trabalhador opera a máquina e ela produz a mercadoria
Trabalhador começava como aprendiz e evoluía para mestre
Produção mais acelerada

Aumento de produção e redução de custos geram maior lucro

O que foi a Revolução Industrial?
O homem troca o dia de sol e as estações do ano, pelo relógio da fabrica.
Um processo de transformações econômicas e sociais caracterizadas pela aceleração e desenvolvimento do processo produtivo e pela consolidação do modo de produção capitalista. Foi o período do crescimento das cidades e da população urbana.
As características do novo sistema de produção eram:
- a separação entre capital e trabalho, pois o dono dos meios de produção era o capitalista, e não o trabalhador;
- o trabalhador vendia sua força de trabalho em troca de um salário;
- a produção passou a ocorrer em grandes fábricas, e a produção familiar decaiu;
- o aumento da produção em larga escala barateou os custos, e assim um número maior de pessoas tinha acesso aos bens de consumo;
- a produção industrial era concentrada em centros urbanos;
- aumentou a demanda de novos mercados e matérias-primas.

O pioneirismo inglês
A Inglaterra era uma potência econômica e militar, pois controlava colônias na África, Ásia e América, que forneciam matéria-prima barata e consumiam produtos ingleses, também tinha poderosa frota naval e era rica em jazidas de ferro e carvão.
Outro fator que contribuiu para o progresso industrial foi a implementação, desde a Revolução Gloriosa, de um regime político voltado aos interesses burgueses.

A Divisão do trabalho foi importante para o desenvolvimento industrial.

'Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetestambém constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas [...]. Por conseguinte, essas 10 pessoas conseguiram produzir entre elas mais de 48 mil alfinetes por dia [...]. Porém,se tivessem trabalhado independentemente um do outro, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia. " Adam Smith. A riqueza das nações.

O mundo do trabalho

Na década de 1830, a cada quatro trabalhadores nas fábricas, havia: 1 homem adulto, 1 mulher e 2 crianças ou adolescentes. Todos trabalhavam em ambientes insalubres.
Homens e mulheres, sempre ameaçados do risco de desemprego, aceitavam aumento de jornada, pagamentos injustos e até diminuição de salário.
As crianças, trabalhavam a partir dos 7 anos. Eram castigadas se cometessem erros. Tinham jornada de 6 dias por semana e de 12 a 15 horas por dia. recebiam salário de aprendiz, o menor de todos.
As fabricas geralmente estavam sujas, havia pouco espaço para circulação de ar e pessoas. ocorriam acidentes e mortes nas máquinas.
Só era permitido parar de trabalhar no jantar (fora isso, comia-se enquanto se trabalhava). As pessoas adoeciam de cansaço e má alimentação.

Entrevista realizada com o pai de duas meninas menores de idade à época:
“1. Pergunta: A que horas vão as menores à fábrica?
Resposta: Durante seis semanas foram às três horas da manhã e voltaram às dez horas da noite.
2. Pergunta: Quais os intervalos concedidos durante as dezenove horas, para descansar ou comer?
Resposta: Quinze minutos para o desjejum, meia hora para o almoço e quinze minutos para beber.
3. Pergunta: Tinha muita dificuldade para despertar suas filhas?
Resposta: Sim. A princípio, tínhamos que sacudi-las para despertá-las e se levantarem, bem como vestirem-se antes ir ao trabalho.
4. Pergunta: Quanto tempo dormiam?
Resposta: Nunca se deitavam antes das onze horas, depois de lhes dar algo que comer, e então, minha mulher passava toda a noite em vigília ante o temor de não despertá-las na hora certa.
5. Pergunta: A que horas eram despertadas?
Resposta: Geralmente, minha mulher e eu nos levantávamos às duas horas da manhã para vesti-las.
6. Pergunta: Então, somente tinham quatro horas de repouso?
Resposta: Escassamente quatro.
7. Pergunta: Quanto tempo durou essa situação?
Resposta: Umas seis semanas.
8. Pergunta: Trabalhavam desde as seis horas da manhã até às oito e meia da noite?
Resposta: Sim, é isso.
9. Pergunta: As menores estavam cansadas com esse regime?
Reposta: Sim, muito. Mais de uma vez ficaram adormecidas com a boca aberta. Era preciso sacudi-las para que comessem.
10. Pergunta: Suas filhas sofreram acidentes?
Resposta: Sim, a maior, a primeira vez que foi trabalhar, prendeu o dedo em uma engrenagem e esteve cinco semanas no hospital de Leeds.
11. Pergunta: Recebeu o salário durante esse tempo?
Resposta: Não, desde o momento do acidente, cessou o salário.
12. Pergunta: Suas filhas foram remuneradas?
Resposta: Sim, ambas.
13. Pergunta: Qual era o salário em semana normal?
Resposta: Três shillings por semana, cada uma.
14. Pergunta: E quando faziam horas suplementares?
Resposta: Três shillings e sete pences e meio.”.
(NASCIMENTO, Amauri Mascaro, “A indignação do trabalho subordinado”, IN: Curso de Direito do Trabalho, Saraiva, São Paulo,1992, pág. 11-12.)

A Revolução Industrial representou uma ruptura das relações tradicionais com o mundo, a produção e o tempo. Essas transformações podem ser compreendidas a partir do texto:
É possível que os primeiros tecelões que trocaram suas oficinas pelo trabalho fabril não tenham compreendido o processo de transformações radicais do qual faziam parte. Não se tratava simplesmente de modificar uma técnica produtiva ou uma forma de trabalho, era uma ruptura com suas relações tradicionais com o mundo, com a produção e com o tempo.
[...] Transformado em operário fabril, o antigo artesão ou agricultor não dispunha mais dos meios de produção – ferramentas ou terra. Despossuído, ele tem que vender sua força de trabalho ao industrial, que a compra por um salário que é seu sustento e o de sua família. A partir de então a relação com seu ofício não é mais material e concreta, mas abstrata, intermediada pela máquina e pelo dinheiro. O operário não trabalha para produzir um bem que lhe pertença, e por meio de cuja venda sobreviva, mas para receber o salário – calculado sobre uma quantidade determinada de tempo de trabalho. Nessa nova relação produtiva configura-se a jornada de trabalho. [...]
Assim, passam a existir uma nova dimensão e um novo sentido do tempo na produção capitalista industrial – ele passa a ter um valor comercial mensurável em dinheiro – representando salário para uns e produtividade para outros. A relação do trabalho com a jornada se torna tão íntima que os operários passam a ser distinguidos como de tempo integral ou de meio período. Não é mais o ofício que o distingue, mas o tempo que dedica a ele. Maria Cristina Castilho Costa. A milésima segunda noite. São Paulo: Annablume, 2000. p. 80-81.

As reações dos trabalhadores (Ludismo, Cartismo e Sindicalismo)

Reivindicações
Burgueses  (burgo)
Proletários (proler)
leis para punir o abandono de emprego
melhores condições de trabalho
punição da mendicância
fim da exploração
trabalho forçado nas workhouses
fim da invenção de novas máquinas

Ludismo
Início com Ned Ludd em 1811, trabalhadores invadem fábricas e destroem os equipamentos, inicia-se na Inglaterra e espalha-se pela Europa.
Conforme o texto mostrou-se um movimento mais disciplinado:
O ludismo subsiste na mentalidade popular como um caso estranho e espontâneo de trabalhadores manuais e analfabetos, resistindo cegamente às máquinas [...].
Os principais distúrbios começaram em Nottingham, em março de 1811. Uma grande manifestação de malharistas, ‘gritando por trabalho e um preço mais liberal’, foi dissolvida pelo Exército. Naquela noite, sessenta armações de malha foram destruídas na grande vila de Arnold por amotinados que não tomaram nenhuma precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão. Por várias semanas, os distúrbios continuaram, principalmente à noite, por todas as vilas de malharias do noroeste de Nottinghamshire. Embora polícias especiais e tropas patrulhassem as vilas, não se conseguiu fazer nenhuma prisão [...].
Mas no início de novembro de 1811, o ludismo mostrou-se sob uma forma mais disciplinada [...], continuou ininterruptamente até fevereiro de 1812 [...]. No final de dezembro [...] cada ataque reservava planejamento e método: só quebravam armações dos que tinham reduzido o valor dos salários dos empregados; os que não tinham baixado o valor ficaram com as armações intactas [...]. E. P. Thompson. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. v. 3. p. 124-126.

Cartismo
Em 1830, William Lovett fundou a Associação dos Trabalhadores com o objetivo de organizar a classe operária, procurando melhores condições de vida. Publicou uma carta reivindicando: direito de voto e secreto, com eleições todos os anos e limitando a quantidade de mandatos políticos, igualdade dos distritos eleitorais e diminuição da jornada de trabalho.
O Parlamento britânico negou-se a aprovar as reivindicações dos trabalhadores. Diversas prisões foram efetuadas e manifestações, reprimidas violentamente. Cartismo foi o percussor dos sindicatos
Os sindicatos e as organizações de trabalhadores para auxílio mútuo unificavam as formas de luta e a reivindicação de direitos e proteções legais. Usam as greves, como principal forma de reivindicação, pois se os operários não trabalham, não há produção, sem produção, não há lucro, sem lucro, os burgueses atendem aos pedidos dos operários. 




Videos sobre a Revolução Industrial

Inicio da Revolução Industrial, explica as mudanças no modo de produção.



Desenho ilustra todo o processo da Primeira Revolução Industrial



Revolução Russa

A Rússia, no início do século XX, era governada por uma monarquia absolutista e era pouco desenvolvida economicamente.
Era o maior império territorial do mundo, ocupando regiões da Europa e da Ásia.

O império Russo em 1900


A base da sociedade era a agricultura predominantemente rural, utilizava técnicas e equipamentos ultrapassados, proporcionando baixo rendimento agrícola. A terra pertencia à nobreza, que era sustentada pelo trabalho dos camponeses.
O setor industrial era mais moderno que o rural, mas também havia desigualdades entre ricos (donos das fábricas, dos meios de produção) e pobres (trabalhadores, operários).

Xilogravura anônima de 1890 que retrata a precária situação da população rural na Rússia czarista durante o século XIX.

Inspirados nos ideais anarquistas e comunistas ansiavam também por derrubar o poder do czar e implantar um governo de cunho popular. Houve influência das ideias de Marx e Engels sobre a classe operária russa nesse contexto pré-revolucionário.

Ditadura do proletariado
Termo criado por Karl Marx e Friedrich Engels, criadores do chamado socialismo científico, no qual propunham a organização do proletariado contra a burguesia, como forma de eliminar a exploração capitalista. Segundo eles, somente o proletariado (trabalhadores assalariados) poderia extinguir o capitalismo por meio de uma revolução. A partir daí, seria estabelecida a ditadura do proletariado, fase intermediária rumo à sociedade sem classes, na qual as terras, as máquinas e as fábricas passariam ao controle dos operários. Depois de eliminada a luta de classes pelo fim da desigualdade social e da propriedade privada, a sociedade não precisaria mais do Estado e seria alcançado então o estágio final do desenvolvimento social: o comunismo, ou a sociedade sem classes.
A partir de 1905, após a Rússia perder a guerra contra o Japão, debilitando a economia e gerando graves consequências sociais, esse desejo por mudanças ficou mais evidente. 

Domingo Sangrento
Em janeiro de 1905, trabalhadores de São Petersburgo, então capital da Rússia, organizaram uma manifestação e foram recebidos a tiros pelas tropas do czar. Cerca de mil pessoas morreram nesse acontecimento, que causou revolta em diversos pontos do território russo.


Tropas do exército do czar atuando durante a tentativa da população em alcançar o Palácio de Inverno, em São Petersburgo, janeiro de 1905.
Cossacos armados avançam sobre a população desarmada que protestava em frente ao palácio do czar


De 1906 à Primeira Guerra Mundial
Czar prometeu melhorias sociais e o fim do regime absolutista. Foram convocadas eleições gerais e eleito um parlamento – a Duma – destinado a elaborar uma constituição. Quando as agitações diminuíram, o czar voltou atrás com suas promessas e reprimiu os sovietes (conselhos operários). Nos anos seguintes, o czar dissolveu a Duma quando lhe foi conveniente, assim a situação da Rússia não melhorou.

A Rússia entrou na guerra em 1914, sem condições de lutar. Os soldados não tinham botas, nem armamentos. Com isso, havia muitas mortes e deserções.
Em 1917, a economia do país entrou em colapso e o descontentamento chegou ao extremo. A população revoltada tomou as ruas e os sovietes ressurgiram na cena política.
Em 12 de março de 1917, após outra manifestação popular, o czar Nicolau II, foi obrigado a renunciar.
O governo provisório, formado pelos políticos mais conservadores da Duma chamados de menchevique, adotaram as seguintes medidas:
- Jornada de trabalho de 8 horas;
- Legalização dos partidos políticos;
- Anistia dos presos políticos.
Os líderes do Partido Bolchevique, Vladimir Lenin e Leon Trotski, eram contra o governo provisório e achavam que os sovietes deveriam tomar o poder e instalar um regime socialista. 
Na noite de 6 para 7 de novembro de 1917, os bolcheviques, apoiados pela população, derrubaram o governo provisório e instalaram um governo comunista.

“Camaradas marinheiros, eu os saúdo sem saber ainda se vocês têm acreditado ou não em todas as promessas do Governo Provisório [...]. Eles prometem mundos e fundos; estão enganando a vocês e a todo o povo russo. O povo precisa de paz; o povo precisa de pão; o povo precisa de terra. E eles lhes dão guerra, fome, nada de pão – deixam os proprietários continuarem controlando a terra. Precisamos lutar pela revolução social, lutar até o fim, até a vitória completa do proletariado.” Discurso de Lênin em 16 de abril de 1917.
Nesse discurso Lênin atribui ao governo provisório, falhas e propõe uma alternativa para superar isso.

Revolucionários bolcheviques tomam o Palácio de Inverno, 7 nov. 1917


O primeiro governo comunista da História
No poder, os bolcheviques tomaram as seguintes decisões:
- A Rússia retirou-se da guerra, firmando a paz com a Alemanha por meio do Tratado de Brest-Litóvski. Com o Tratado de Brest-Litóvski, a Rússia perdeu 700 mil km2 de território. A Polônia tornara-se independente, e se formaram outros Estados, que até então haviam feito parte do Império Russo: Lituânia, Letônia, Estônia e Finlândia. A Romênia anexou a Bessarábia.
- As terras pertencentes à família real, aos nobres e à Igreja Ortodoxa foram confiscadas e entregues aos camponeses.
- As grandes indústrias foram nacionalizadas, passando a ser controladas pelo governo.
- Concedeu-se a autodeterminação aos povos dominados pela Rússia.

Opositores se articularam para retomar o poder e organizaram exércitos contra-revolucionários. O embate entre essas duas forças gerou uma guerra civil que durou de 1918 a 1921.


Do sonho do socialismo a uma ditadura

Conclusões da guerra civil:
- Treze milhões de mortos.
- Vitória do Partido Comunista (novo nome do Partido Bolchevique).
- Forte centralização do poder no governo comunista.
- Extinção dos partidos adversários; controle da imprensa; repressão aos opositores.
 
Pôster soviético anônimo de 1920. Abaixo da imagem lê-se
“Seja capaz de alimentar o exército de nossa pátria-mãe. Não ajude a nobreza do mal a se reabastecer”

Lênin instituiu em 1921, a Nova Política Econômica (NPE), que restaurou parcialmente a economia de mercado. A NPE procurava flexibilizar a economia com a adoção de algumas medidas:
- Permissão de entrada de capitais estrangeiros por meio de empréstimos e investimentos, sob rígido controle do Estado.
- Incentivo para a formação de pequenas e médias indústrias privadas com crédito fornecido e supervisionado pelo Estado.
- Permissão aos camponeses para que, após pagarem tributos ao Estado, vendessem os excedentes da produção livremente no mercado interno.
- Direito de arrendar terra e contratar mão de obra, desde que para fins voltados à produção.
            Apesar dessas medidas, o Estado continuava com o controle da indústria de base, das comunicações, dos transportes e do sistema bancário.


Em dezembro de 1922, durante um Congresso Soviete, que reuniu populações de várias partes da Rússia, surgiu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que compreendia quatro repúblicas: Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Transcaucásia (que compreende as repúblicas atuais da Armênia, Geórgia e Azerbaijão). Mais tarde, em 1924, foi a vez de Uzbequistão e Turcomênia integrarem-se e, em 1929, o Tajiquistão. O governo passou a ser formado por membros dessas repúblicas, sob a liderança da Rússia.
Mapa da Rússia em 1925

Frase de Leon Trótski em 1904, "conduzir a organização do partido a substituir o partido, o Comitê central a substituir a organização do partido, e finalmente um ditador a substituir o Comitê central”, prevendo que Stálin, assumiria o poder.
   
Pôster realista de autoria desconhecida, publicado em 1948 com a mensagem “Viva a geração Komsomol Stálin”





A sociedade soviética transformou-se em um Estado burocratizado, controlado pela elite do Partido Comunista e com a população privada de liberdade e participação política. Para alguns defensores do socialismo, foi o ápice da participação popular na busca de igualdade de  direitos para os mais pobres.

Vídeo sobre a Revolução Russa



sexta-feira, 31 de março de 2017

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Contexto: Riqueza/Pobreza      -    Lucro/Prejuízo

BELLE ÉPOQUE (1871-1914) - Estados Unidos e Europa viviam um momento de grandes avanços tecnológicos por causa da Revolução Industrial. Eram alguns deles: locomotiva a vapor, telegrafo, telefone, automóvel movido a gasolina, Dirigível.
OUTRO LADO DA BELLE ÉPOQUE – Essa não era a realidade de muitos setores da sociedade européia. Os camponeses viviam em condições miseráveis em boa parte do continente. Operários trabalhavam mais de 14 horas por dia, com salários extremamente baixos, sem direitos trabalhistas e sem voz política.

Motivos: - Imperialismo (territorial e econômico) / Neocolonialismo. O imperialismo praticado pelas potências do século XIX gerou intensas rivalidades.
- Militarismo - Guerra Franco-Prussiana 1871 / Paz Armada (corrida armamentista)
- Nacionalismo -
 
Europa antes da Primeira guerra Mundial
IMPERIALISMO OU NEOCOLONIALISMO - CONFERENCIA DE BERLIM

UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA E ITÁLIA.
Itália: Durante a ocupação de Napoleão foi dividido em dois reinos Nápoles e Itália. Depois do Congresso de Viena houve uma nova divisão. Norte dominado pelo Império Austríaco. Centro, pela Igreja Católica. E a Sul, os Bourdon. 1858 a 1861, Piemonte onde tem inicio ao processo de unificação da Itália. Garibaldi luta na Itália e depois vem para o Brasil participar da Revolução Farroupilha. Os patriotas conseguem o apoio da França, Inglaterra e da Prússia e Vitor Emanuel II, é coroado rei da Itália.
Alemã: Eram cerca de 39 estados independentes. O principal personagem é Bismarck, através da guerra, alterou um telegrama lido por Napoleão III e levou a declarar guerra contra a Prússia. A Alemanha vencedora da guerra coroa Guilherme I, na sala dos espelhos em Versalhes, concluindo a unificação da Alemanha.

NACIONALISMO ALIMENTAVA REVANCHISMO FRANCÊS COM A ALEMANHA
França estava descontente por ter perdido território na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). Recém unificada, Itália  (1870) e Alemanha (1871) procuravam conquistar territórios na Ásia e na África. Dessa forma, tinham que confrontar também Inglaterra e França.
Consequências: No final do século XIX, surgirem potencia coloniais, fruto do nacionalismo, esse que vai desencadear a 1ª Guerra Mundial.

CORRIDA IMPERIALISTA Também havia tensões entre outras nações europeias.

POLÍTICA DAS ALIANÇAS - Objetivo de isolar os rivais e unir forças.
Tríplice Entente (pacto) (Inglaterra/França/Rússia)
Tríplice Aliança (Alemanha/Império Austro-Húngaro/Itália)
Alianças políticas na europa em 1914


PAZ ARMADA A corrida armamentista era o equilíbrio entre as nações porque todas investiam em tecnologias armamentistas e temiam a ação uma da outra.

ESTOPIM DA GUERRA – Assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando
A paz armada foi quebrada em junho de 1914, quando um nacionalista bósnio, ligado a uma organização sérvia, assassinou o príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando. O Império declarou guerra à Sérvia. A Rússia, aliada da Sérvia, colocou suas tropas em prontidão. Os alemães, aliados dos austro-húngaros, declararam guerra à Rússia.

A Tríplice Aliança surgiu em decorrência da aproximação da Alemanha com a Itália e o Império Austro-Húngaro.
A Tríplice Entente passou a existir por iniciativa da França, que reuniu Inglaterra e Rússia para equilibrar as forças políticas depois da formação da Tríplice Aliança. Em 1915 a Inglaterra convence a Itália a trocar de lado, cederia parte do território do Império Austro-Húngaro.

FASES DA GUERRA
Guerra de movimento: tropas em campo aberto com o objetivo de conquistar territórios. Alemanha avança em direção a França é detida.
Guerra de trincheiras: Em 1915 a guerra era medida em km a Franca tinha avançado 5 km e custou 1 milhão de vidas. Valas profundas onde os soldados se instalavam fortemente armados para impedir o avanço das tropas inimigas, foi consequência do fracasso das estratégias previstas pelos arquitetos do conflito, que imaginaram batalhas em movimento. O conflito logo se transformou em uma “guerra de trincheiras”, na qual imensos exércitos, formados por milhões de soldados, chocavam-se em batalhas frontais, que foram se tornando cada vez mais mortíferas com o emprego de avançada tecnologia na produção de armas em escala industrial, como grandes canhões, metralhadoras, tanques de guerra, submarinos e gás venenoso.

Em 1917, a situação estratégica da guerra foi alterada, com o colapso da Rússia – provocado pela Revolução – e a entrada dos Estados Unidos na guerra – determinado pela guerra submarina alemã e pelo seu crescente envolvimento econômico com os países da Entente.

Em 1917, EUA entra na Guerra Rússia sai da Guerra, por causa da Revolução Russa.

Os Estados Unidos foram os maiores beneficiados com o conflito. Obtiveram grandes lucros com a exportação de produtos agrícolas e industriais aos países em guerra e concederam empréstimos bancários que lhes renderam muito lucro. Os EUA entrou na guerra em 1917, no lado da Tríplice Entente, após ter embarcações afundadas por alemães. Eram, a nação mais desenvolvida tecnologicamente. A entrada de novos armamentos e a mobilização de mais de 4 milhões de soldados foram decisivas. As nações da Tríplice Aliança se renderam e a guerra teve fim em 1918.

Em 1918, ocorreram intensas batalhas, em que os alemães começaram a ser derrotados. O presidente norte-americano Wilson lançou um plano de paz, chamado de “Os 14 pontos”, de caráter conciliador, o que acabou estimulando o cessar fogo, em novembro de 1917. Todavia, na Conferência de Paz que se seguiu, realizada na cidade de Paris, os representantes da Entente, liderados pela França, aproveitaram-se da situação de crise vivida pela Alemanha no imediato pós-guerra e impuseram exigências cada vez maiores, resultando no Tratado de Versalhes.

Tratado de Versalhes, Paz dos vencedores – Assinado em 28 de junho de 1919, Alemanha é obrigada a cumprir uma serie de exigências: Admissão da culpa e responsabilidade única da Alemanha pela ocorrência da Grande Guerra; Proibição da união entre Alemanha e Áustria; Compromisso de reparações financeira 132 milhos de marcos-ouro; Devolução da Alsácia e Lorena à França; as colônias na África foram incorporadas a Inglaterra, França e Bélgica; as colônias do pacifico passaram para o domínio japonês e inglês; o exercito foi reduzido para 100 mil homens.
Estas exigências foram impostas principalmente para Inglaterra e Franca. A paz punitiva era manter a Alemanha enfraquecida e sem possibilidades de voltar a combater em um curto período de tempo.

Europa depois da Primeira guerra Mundial


A Primeira Guerra Mundial mostrou como a tecnologia pode ser utilizada para a destruição: cerca de 15 milhões de mortos; cerca de 20 milhões de inválidos; inúmeras pessoas incapacitadas por causa da neurose de guerra.
Tropas mobilizadas
Mortos e Feridos

Em seu livro a Era dos Extremos (2001), o historiador Eric Hobsbawm caracteriza o período entre a Primeira Guerra Mundial até a Guerra Fria como a era da catástrofe.
O que de tão importante mudou? Segundo o autor, depois da primeira guerra, o mundo foi deixando de ser eurocêntrico, ou seja, centrado na Europa como local inquestionável de poder, riqueza e intelecto. As instituições políticas e os valores intelectuais da sociedade liberal burguesa do século XIX entram em decadência.
A humilhação da Alemanha resultou no crescimento do nacionalismo alemão, que logo resultou na ascensão de grupos políticos como o Partido Nazista.


Videos sobre a Primeira Guerra



Características da Primeira Guerra Mundial


Primeira Guerra - Trincheiras


Tratado de Versalhes





segunda-feira, 27 de março de 2017

Por que estudar Idade Média na escola???


Somos todos da Idade Média

Pouca gente se dá conta, mas muitos hábitos, conceitos e objetos tão presentes no nosso dia a dia, inclusive o próprio idioma que falamos, vêm daquela época [Idade Média]. [...]
Ao tratarmos da História do Brasil, por exemplo, a tendência é começar no dia 22 de abril de 1500, quando Pedro Álvares Cabral e os tripulantes de sua esquadra “descobriram” nossa terra. Mas aqueles homens não traziam atrás de si, dentro de si, toda uma história? Não trouxeram para cá amplo conjunto de instituições, comportamentos e sentimentos? Aquilo que é até hoje o Brasil não tem boa parte da sua identidade definida pela longa história anterior de seus “descobridores”? Dizendo de outro modo, nossas raízes são medievais, percebamos ou não este fato.
Pensemos num dia comum de uma pessoa comum. Tudo começa com algumas invenções medievais: ela põe sua roupa de baixo [...], veste calças compridas [...], passa um cinto fechado com fivela (antes ele era amarrado). A seguir, põe uma camisa e faz um gesto simples, automático, tocando pequenos objetos que também relembram a Idade Média, quando foram inventados, por volta de 1204: os botões. Então ela põe os óculos (criados em torno de 1285, provavelmente na Itália) e vai verificar sua aparência num espelho de vidro (concepção do século XIII). Por fim, antes de sair olha para fora através da janela de vidro (outra invenção medieval, de fins do século XIV) para ver como está o tempo. [...]
Sentindo fome, a pessoa levanta os olhos e consulta o relógio na parede da sala, imitando gesto inaugurado pelos medievais. Foram eles que criaram, em fins do século XIII, um mecanismo para medir o passar do tempo, independentemente da época do ano e das condições climáticas. Sendo hora do almoço, a pessoa vai para casa ou para o restaurante e senta-se à mesa. Eis aí outra novidade medieval! Na Antiguidade, as pessoas comiam recostadas numa espécie de sofá, apoiadas sobre o antebraço. Da mesma forma que os medievais, pegamos os alimentos com colher (criada aproximadamente em 1285) e garfo (século XI, de uso difundido no XIV). Terminada a refeição, a pessoa passa no banco, que, como atividade laica, nasceu na Idade Média. Depois, para autenticar documentos, dirige-se ao cartório, instituição que desde a Alta Idade Média preservava a memória de certos atos jurídicos (“escritura”), fato importante numa época em que pouca gente sabia escrever.
À noite, enfim, a pessoa vai à universidade, instituição que em pleno século XXI ainda guarda as características básicas do século XII, quando surgiu. [...].


FRANCO JÚNIOR, Hilário. Somos todos da Idade Média. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, Sabin, ano 3, n. 30, p. 58-60, mar. 2008.




Propósito do ensino de história na escola.

"A História como disciplina escolar não serve para "transformar os alunos em mini historiadores profissionais", como ironicamente questionou Peter Lee, mas, pode começar a ajudá-los aperceber como as interpretações históricas são baseadas na evidência, que as explicações não são o mesmo que afirmações factuais singulares, e que está na natureza da História haver diversas versões do passado, embora nada disto signifique que a História é apenas uma questão de opinião".

LEE, Peter. Progression in children's history. Tsing Hua Newsletterfor teaching bistory, 3, 1994.